Moscovo, 17 de Abril (RIA Novosti) - O programa de rearmamento da Rússia, aprovado em 2006 e para um período até 2015, prevê o fornecimento de armas modernas para as suas forças armadas. Um deles é o caça-bombardeiro Su-34 Fullback, que irá substituir o Su-24 Fencer.
O processo já se iniciou, mas alguns dizem que a substituição está a levar demasiado tempo.
O novo caça-bombardeiro é considerado muito bom. Uma melhoria em relação ao Su-27 Flanker, tem equipamentos de ponta, incluindo um moderno sistema de protecção da tripulação e equipamento. O Su-34 é eficaz contra soldados e equipamento militar no campo de batalha e também contra alvos atrás das linhas inimigas e também pode ser usado para missões de vigilância e contra alvos navais.
O Su-34 irá substituir o Su-24M (cerca de 400 aviões), o Su-24MR de vigilância (mais de 100 aviões), e os aviões MiG-25RB (cerca de 70). A Rússia terá de produzir entre 550 e 600 Su-34 para substituir todas essas aeronaves obsoletas dentro de 10-15anos.
Contudo, o Ministério da Defesa pretende comprar apenas cerca de 58 aviões até 2015 e um total de 300 até 2022.
Muitos especialistas dizem que, se o Su-24 e MiG-25RB forem desmantelados em 2020, a Rússia ficará sem caças-bombardeiros e aviões de vigilância.
Outros argumentam que este número será suficiente tendo em consideração o novo conceito da Força Aérea.
O novo conceito não é tão centrado sobre as características de combate do Su-34, tal como o seu longo alcance, a capacidade de reabastecimento no ar (inclusivamente por outros aviões Su-34 com tanques adicionais de combustível sob as suas asas), e no seu confortável cockpit* que permite à tripulação fazer voos de longa distância sem ficar demasiado esgotada.
O Su-34 também pode voar sem o suporte de aviões de guerra electrónica, porque tem os seus próprios equipamentos de guerra electrónica**.
Unidades armadas com estes aviões podem ser usadas nas chamadas operações pêndulo, em que uma unidade da Força Aérea bombardeia uma base terrorista na Ásia Central hoje, ataca uma base de mísseis na Europa no dia seguinte e três dias depois voa para o Oceano Índico para apoiar um grupo combinado das frotas do Norte, do Pacífico e do Mar Negro, com os voos efectuados a partir de uma base na Rússia.
O Su-34 tem armas de precisão de longo alcance, pode voar extremamente baixo e tem um elevado nível de protecção, o que deverá reduzir as perdas durante operações relâmpago, enquanto a utilização de um número relativamente pequeno de tais aeronaves permite a formação de tripulações até quase se atingir a perfeição.
Este não é um conceito novo. Unidades de aviões de topo tripulados por pilotos soberbamente treinados formavam o núcleo da Força Aérea Alemã durante a Segunda Guerra Mundial e no Japão a Marinha Imperial tinha um conceito semelhante.
No entanto, tais unidades podem ser rapidamente dizimadas por enxames de aviões ordinários num cenário de guerra global em que há um grande desgaste, tal como a Segunda Guerra Mundial. Deste ponto de vista, o novo conceito da Rússia parece vulnerável, mas, em seguida, este país tem as armas nucleares para o caso de uma guerra global.
Numa guerra de desgaste, não importa quantos Su-34 a Rússia tem - 200, 600 ou 1500. O que importa é a quantidade de armas nucleares que se deixa cair sobre o inimigo.
Mas no caso de uma pequena guerra envolvendo um ou dois adversários, ou de uma cadeia de conflitos locais, a existência de tais aviões com alta velocidade, bem protegidos e bem armados pode ser um factor decisivo. Até 58 Su-34 usados no momento certo, no lugar certo, seria uma força poderosa a ter em conta. Um grupo de 200-300 aeronaves, que se divide em várias unidades para utilização em áreas-chave do campo de batalha, será capaz de cumprir as tarefas mais complicadas.
Para além do Su-34, a Força Aérea Russa receberá também outros novos aviões, cujas características técnicas irão manter o nível de prontidão e capacidade de acordo ao que é exigido. Novas unidades, para o cumprimento de tarefas específicas, serão constituídas por caças, bombardeiros, aviões AWACS, aviões de reabastecimento aéreo e veículos aéreos não tripulados.
Estas serão unidades altamente móveis, o que significa que os aviões podem ser rapidamente enviados para a área em questão. Na verdade, o novo conceito não tão diferente do das Forças Aéreas Expedicionárias (AEF) dos Estados Unidos, um poderoso instrumento de guerra aérea capaz de atacar rapidamente qualquer parte do Mundo.
Quanto aos aviões de vigilância, os países industrializados pretendem substituí-los por veículos aéreos não tripulados (UAV). O mundo está a mudar, e o novo mundo irá dar origem a novos tipos de guerras.
*- O cockpit é espaçoso o suficiente para ter uma pequena cozinha, casa de banho e área de descanso atrás dos assentos dos pilotos, assim como pressurização do cockpit.
**- Provavelmente o KNIRTI L175M Khibiny-M que também equipa o Su-35BM.
Artigo escrito por Ilya Kramnik, comentador militar da RIA Novosti.
Fotos retiradas de: Sukhoi Company (JSC)
Pavel be proud of your legacy!!!!
O processo já se iniciou, mas alguns dizem que a substituição está a levar demasiado tempo.
O novo caça-bombardeiro é considerado muito bom. Uma melhoria em relação ao Su-27 Flanker, tem equipamentos de ponta, incluindo um moderno sistema de protecção da tripulação e equipamento. O Su-34 é eficaz contra soldados e equipamento militar no campo de batalha e também contra alvos atrás das linhas inimigas e também pode ser usado para missões de vigilância e contra alvos navais.
O Su-34 irá substituir o Su-24M (cerca de 400 aviões), o Su-24MR de vigilância (mais de 100 aviões), e os aviões MiG-25RB (cerca de 70). A Rússia terá de produzir entre 550 e 600 Su-34 para substituir todas essas aeronaves obsoletas dentro de 10-15anos.
Contudo, o Ministério da Defesa pretende comprar apenas cerca de 58 aviões até 2015 e um total de 300 até 2022.
Muitos especialistas dizem que, se o Su-24 e MiG-25RB forem desmantelados em 2020, a Rússia ficará sem caças-bombardeiros e aviões de vigilância.
Outros argumentam que este número será suficiente tendo em consideração o novo conceito da Força Aérea.
O novo conceito não é tão centrado sobre as características de combate do Su-34, tal como o seu longo alcance, a capacidade de reabastecimento no ar (inclusivamente por outros aviões Su-34 com tanques adicionais de combustível sob as suas asas), e no seu confortável cockpit* que permite à tripulação fazer voos de longa distância sem ficar demasiado esgotada.
O Su-34 também pode voar sem o suporte de aviões de guerra electrónica, porque tem os seus próprios equipamentos de guerra electrónica**.
Unidades armadas com estes aviões podem ser usadas nas chamadas operações pêndulo, em que uma unidade da Força Aérea bombardeia uma base terrorista na Ásia Central hoje, ataca uma base de mísseis na Europa no dia seguinte e três dias depois voa para o Oceano Índico para apoiar um grupo combinado das frotas do Norte, do Pacífico e do Mar Negro, com os voos efectuados a partir de uma base na Rússia.
O Su-34 tem armas de precisão de longo alcance, pode voar extremamente baixo e tem um elevado nível de protecção, o que deverá reduzir as perdas durante operações relâmpago, enquanto a utilização de um número relativamente pequeno de tais aeronaves permite a formação de tripulações até quase se atingir a perfeição.
Este não é um conceito novo. Unidades de aviões de topo tripulados por pilotos soberbamente treinados formavam o núcleo da Força Aérea Alemã durante a Segunda Guerra Mundial e no Japão a Marinha Imperial tinha um conceito semelhante.
No entanto, tais unidades podem ser rapidamente dizimadas por enxames de aviões ordinários num cenário de guerra global em que há um grande desgaste, tal como a Segunda Guerra Mundial. Deste ponto de vista, o novo conceito da Rússia parece vulnerável, mas, em seguida, este país tem as armas nucleares para o caso de uma guerra global.
Numa guerra de desgaste, não importa quantos Su-34 a Rússia tem - 200, 600 ou 1500. O que importa é a quantidade de armas nucleares que se deixa cair sobre o inimigo.
Mas no caso de uma pequena guerra envolvendo um ou dois adversários, ou de uma cadeia de conflitos locais, a existência de tais aviões com alta velocidade, bem protegidos e bem armados pode ser um factor decisivo. Até 58 Su-34 usados no momento certo, no lugar certo, seria uma força poderosa a ter em conta. Um grupo de 200-300 aeronaves, que se divide em várias unidades para utilização em áreas-chave do campo de batalha, será capaz de cumprir as tarefas mais complicadas.
Para além do Su-34, a Força Aérea Russa receberá também outros novos aviões, cujas características técnicas irão manter o nível de prontidão e capacidade de acordo ao que é exigido. Novas unidades, para o cumprimento de tarefas específicas, serão constituídas por caças, bombardeiros, aviões AWACS, aviões de reabastecimento aéreo e veículos aéreos não tripulados.
Estas serão unidades altamente móveis, o que significa que os aviões podem ser rapidamente enviados para a área em questão. Na verdade, o novo conceito não tão diferente do das Forças Aéreas Expedicionárias (AEF) dos Estados Unidos, um poderoso instrumento de guerra aérea capaz de atacar rapidamente qualquer parte do Mundo.
Quanto aos aviões de vigilância, os países industrializados pretendem substituí-los por veículos aéreos não tripulados (UAV). O mundo está a mudar, e o novo mundo irá dar origem a novos tipos de guerras.
*- O cockpit é espaçoso o suficiente para ter uma pequena cozinha, casa de banho e área de descanso atrás dos assentos dos pilotos, assim como pressurização do cockpit.
**- Provavelmente o KNIRTI L175M Khibiny-M que também equipa o Su-35BM.
Artigo escrito por Ilya Kramnik, comentador militar da RIA Novosti.
Fotos retiradas de: Sukhoi Company (JSC)
Pavel be proud of your legacy!!!!