05/03/12

Sukhoi Su-34 Fullback/T-10V


Introdução
No final da Guerra Fria tornou-se óbvio para os estrategas militares soviéticos que a capacidade de sobrevivência dos aviões de ataque ao solo daquela época, o Su-24 Fencer, Su-17 Fitter e MiG-27 Flogger era insuficiente se no decorrer da sua missão fossem interceptados por F-16 ou F-15 inimigos.
Como tal no princípio dos anos 80 surgiu um requerimento para um novo caça-bombardeiro capaz de transportar grandes quantidades de armamento a elevadas velocidades perto do solo, com grande alcance e agilidade para fazer frente aos interceptores e caças de superioridade aérea mais recentes.
O gabinete de desenho da Sukhoi acabou por ser o escolhido e rapidamente foi atribuído o nome de código T-10V ao projecto, sendo que mais tarde viria a ser designado oficialmente como Su-27IB (istrebitel-bombardirovschchik) ou Su-27 caça-bombardeiro. O engenheiro chefe do projecto foi Rolan Martirosov e o supervisor o lendário Mikhail P.Simonov, pai do Su-27. A aviónica ficou ao cargo da NPO Leninets e o armamento ao cargo da Vympel MKB, da OKB Zvezda e da Raduga MKB.
O primeiro voo deu-se no dia 13 de Abril de 1990 com o piloto Anatoliy Ivanov aos comandos.
Su-34, Su-32MF, Su-32FN e Su-27IB
Convém aqui esclarecer que os Russos têm uma longa tradição de atribuir designações confusas aos seus novos aviões de combate. Enquanto no Ocidente às novas versões é simplesmente modificado o sufixo, por exemplo F-16A/B/C/D, os Russos gostam de criar designações totalmente novas, por exemplo Su-27SKM, Su-35UB, Su-35M, Su-35BM, Su-30MKI, Su-27SK, etc.
A tradição manteve-se com o Su-27IB que rapidamente recebeu a nova designação de Su-34. Mais tarde apareceria a designação Su-32FN, que supostamente designaria uma versão de patrulha marítima e caça submarinos equipada com sonobóias e detectores de anomalias magnéticas. No MAKS 1999 o Su-34 apareceu com a designação Su-32MF (Multi Function), supostamente para tentar atrair clientes estrangeiros.
Tanto quanto se sabe hoje em dia a Sukhoi insiste em referir-se ao avião como sendo o Su-32, enquanto os oficiais da Força Aérea Russa o tratam como sendo Su-34.

Estado do projecto
Apesar de ter tido um desenvolvimento conturbado devido ao colapso da União Soviética e a dificuldades económicas, actualmente o projecto encontra-se de saúde com a Força Aérea Russa a encomendar no dia 1 de Março de 2012 um total de 92 caças Su-34 para serem entregues até 2020 de modo a substituir os envelhecidos Su-24 que têm sofrido uma série de acidentes recentemente. Estes 92 novos aviões irão juntar-se aos 58 que já se encontram em operação na Força Aérea Russa ou em construção.

Características técnicas
Cockpit
O Su-34 possui um cockpit numa configuração em que piloto e operador de armas se sentam lado a lado, ao estilo do F-111. De modo a melhorar o conforto e higiene da tripulação em missões longas o cockpit vem equipado com uma mini cozinha e uma retrete, assentos ejectáveis K-36DM com massajador e cabine totalmente pressurizada de modo a que seja possível operar sem máscaras de oxigénio. Os displays incluem monitores CRT a cores multi-função e 1 HUD. O Su-34 está também equipado com um sistema AFSS (Active Flight Safety System), ou sistema activo de segurança de voo que incorpora elementos de inteligência artificial, este sistema está constantemente a monitorizar a condição física dos pilotos, bem como os sistemas a bordo e a quantidade de combustível e é capaz de fazer o Su-34 voltar à base automaticamente caso o piloto seja incapacitado. O sistema também tem funções terrain-following que permitem o Su-34 voar a 1.380Km/h junto ao solo enquanto penetra no espaço aéreo inimigo, dificultando desta forma a sua intercepção. A manche possuiu um botão de pânico que activa um piloto automático capaz de recuperar o avião de espirais e perdas e trazê-lo de volta a um voo nivelado. O cockpit está também revestido com uma cápsula de titânio de 17mm para proteger a tripulação de fogo inimigo durante um ataque próximo do solo e o seu peso é de 1480Kg, o que levou ao redesenho to trem de aterragem frontal. O acesso ao cockpit é feito através de uma escada no poço do novo trem de aterragem.
Acima: Piloto de Su-34 a usar a retrete química

Acima: Última configuração conhecida do cockpit do Su-34

Célula
Exteriormente o Su-34 possui muitas diferenças em comparação com o Su-27. De modo a reduzir a assinatura radar do avião este possuiu um nariz achatado semelhante ao do SR-71 Blackbird, o que lhe rendeu o apelido Platypus (ornitorrinco), e camadas de materiais RAM (Radar Absorbent Materials). O ferrão de cauda possui um volume muito maior e está equipado com um radar N-012 que permite não só vigiar o quadrante traseiro como também guiar mísseis contra inimigos em perseguição. O trem de aterragem principal foi também redesenhado de modo a suportar o maior peso à descolagem e vem equipado com duas rodas em tandem, o que permite a operação em pistas não preparadas.
As entradas de ar ajustáveis do Su-27 forma substituídas por entradas de ar de geometria fixa de modo a poupar peso estrutural e uma vez que a performance em altitude não era tão importante como a baixas altitudes.
Foram instalados canards que não só melhoram o comportamento a baixas altitudes em zonas de turbulência mas que também aumentam a agilidade do avião no caso de combate aéreo.
O Su-34 possui também uma sonda de reabastecimento aéreo.
            Acima: Nesta imagem é bem visível a redoma do nariz mais achatada assim como o novo ferrão de cauda, os canards e a configuração de assentos lado a lado. As superfícies cinzentas correspondem a painéis dielétricos de antenas.

Sensores e sistemas de defesa
O principal sensor do Su-34 é o novo radar V-004 da Leninets. Este radar possuiu uma forma oval com medidas 1250mm x 850mm e opera na banda X, debitando 15Kw de potência. O radar é capaz de detectar navios com assinatura de 3.000m2 a 250Km de distância e submarinos a emergir a 150Km de distância. É também capaz de mapear o terreno até uma distância de 150Km e seguir alvos terrestres em movimento até 30Km. Alvos aéreos com RCS de 3m2 são detectados a partir dos 90Km.
Apesar do tempo dispendido no desenvolvimento deste radar os líderes militares não ficaram satisfeitos com a sua performance, isto aliado ao recente desenvolvimento de tecnologia AESA significa o V-004 foi substituído por outro radar sobre o qual nada se sabe de momento.
Acima: Leninets V-004

Juntamente com o radar, existem planos para a instalação de equipamento IRST interno tal como no Su-27.
Sistemas de datalink e comunicações por satélite encontram-se instalados, se bem que não existe qualquer informação sobre as suas capacidades.
Os sistemas defensivos incluem um RWR (Radar Warning Receiver) sendo este o L150 Pastel segundo alguns relatórios. Na ponta das asas pode ser equipado o L005S Sorbtsiya em forma de pod para guerra electrónica. Incluído também está um sistema MAWS ( Missile Approach Warning System) e o sistema APP-50 para lançamento de contra medidas.

Motores
O Su-34 está equipado com 2 motores AL-31F com sistema FADEC (Full Authority com um potência máxima sem pós-combustor de 78.500N e 125.000N com pós-combustor.
O comprimento do motor é de 4.945m, o diâmetro máximo é de 1.18m e a entrada de ar é de 0.91m. A razão de Bypass é de 0.571, o consumo de combustível específico é de 0.75Kg/Kgp.h em potência máxima sem pós-combustor, 0.67 em regime de cruzeiro e 1.96 com pós-combustor.
O peso do motor é de 1530Kg, o que corresponde a uma razão potência/peso máxima de 8.2.
Versões futuras poderão ser equipadas com os novos AL-41F.
Acima: Al-31F

Armamento

Fixo:
-Canhão Gryazev-Shipunov GSh-301 de 30mm e cadência de tiro de 1500-1800 tiros por minuto e com 150 munições.
Ar-Ar:
-Míssil R-77 (RVV-AE)
-Míssil R-27 (R/ER/T/ET)
-Míssil R-73
Ar-Terra (guiado):
-Míssil S-25LD
-Míssil Kh-29L/T
-Míssil Kh-31 (A/P)
-Míssil Kh-59M (é necessário instalar o pod APK-9E Tekon para utilizar este míssil no cabide número 9 )
-Bombas KAB-500(KR/L)
Ar-Terra (não guiado):
-Bombas FAB-500T
-Bombas ODAB-500PM
-Bombas BETAB-500Shp
-Bombas OFAB(100/200/250/270)
-Bombas incendiárias P-50T
-Bombas de fragmentação RBK-500
-Bombas de fragmentação SPBE-D
-Rockets (S-8/S-13/S-25)
Tanques externos:
-PTB 3000 (3050 litros)


Recordes Mundiais
Data e Piloto
Recorde
I.V.Votintsev e A.I.Gaivoronskiy, 28 Julho de 1999
Altitude com 5.000Kg de carga (14.727m), categoria FAI C;C-1i
I.V.Votintsev e A.I.Gaivoronskiy, 28 Julho de 1999
Carga transportada até 2.000m (5.130Kg), categoria FAI C;C-1i
V.S.Petroosha e A.A.Oschchepkov, 3 de Agosto de 1999
Altitude com 5.000Kg de carga (15.063m), categoria FAI C;C-1k
V.S.Petroosha e A.A.Oschchepkov, 3 de Agosto de 1999
Carga transportada até 15.000m (5.130Kg), categoria FAI C;C-1k
I.Ye.Solov`yov e V.G.Shendrik, 19 de Agosto de 1999
Altitude com 1.000Kg de carga (16.206m), categoria FAI C;C-1i
I.Ye.Solov`yov e V.G.Shendrik, 19 de Agosto de 1999
Altitude com 2.000Kg de carga (16.206m), categoria FAI C;C-1i
I.Ye.Solov`yov e V.G.Shendrik, 19 de Agosto de 1999
Carga transportada até 15.000m (2.330Kg), categoria FAI C;C-1i

Fontes:
-GORDON, Yefin; – “Famous Russian Aircraft: Sukhoi Su-27”, Midland Publishing, 2007.
-http://www.ausairpower.net/APA-Fullback.html
-http://www.milavia.net/aircraft/su-34/su-34.htm
-http://aircombatcb.blogspot.com/2009/04/sukhoi-su-34-fullback-o-bico-de-pato-no.html
-http://www.areamilitar.net/DIRECTORIO/AER.aspx?nn=56
-http://www.aerospaceweb.org/aircraft/bomber/su34/
-http://sukhoi.org/eng/planes/military/su32/history/

Escrito por:
Filipe Chaves

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13/04/11

Cavaleiros Russos celebram 20 anos

No passado dia 5 de Abril a equipa de acrobacia aérea “Cavaleiros Russos” celebrou exactamente 20 anos desde a sua criação no dia 5 de Abril de 1991.

A história da equipa remonta a Maio de 1989 quando o esquadrão número 1 do 234º GvIAP ( Regimento de Guardas Aéreos ) baseado na lendária base aérea de Kubinka, conhecida como a escola de acrobacia aérea da Força Aérea Russa, recebeu um conjunto de Su-27 e Su-27UB para substituir os velhos MiG-21 e MiG-23.

Rapidamente os pilotos começaram a dominar as técnicas de voo do Su-27 efectuando em breve saídas em formação aos pares, de seguida em trios e por fim em diamante com 4 aeronaves.

A equipa fez a sua 1ª demonstração em 1991 no Reino Unido a convite da patrulha Red Arrows da RAF tendo aparecido em Finningley e Leuchars, tendo-se seguido exibições nos Estados Unidos, Alemanha, Polónia, Malásia, França, Canadá, Bélgica, Luxemburgo e China.

O primeiro grande desastre da equipa deu-se no dia 12 de Dezembro de 1995, quando no retorno de um espectáculo aéreo na Malásia 3 aviões se despenharam no Vietname durante a aterragem no aeroporto de Cam Ranh devido a baixa visibilidade.

O acidente mais recente deu-se no dia 16 de Agosto de 2009, quando dois Su-27 da equipa colidiram durante o treino para o MAKS 2009. O líder de esquadrão, Igor Tkatchenko, morreu quando o seu pára-quedas se incendiou após ter sido atravessado por destroços.

Apesar da desgraça, a equipa manteve-se firme e demonstrou a sua bravura, para outros loucura, ao voar no dia seguinte numa formação de 4 como se nada tivesse ocorrido.

Até hoje a maior condecoração internacional recebida pelos Cavaleiros Russos foi a sua vitória no 23º Campeonato do Mundo de Acrobacia Aérea da FAI em 2006 na categoria de aviões a jacto, tendo o segundo lugar ido para a famosa Breitling Jet Team e o terceiro para os Sasol Tigers.

Actualmente a equipa pertence ao 237º Regimento de Guardas Aéreos, ainda operando da base aérea de Kubinka juntamente com os Swifts, outra famosa equipa de acrobacia que voa em MiG-29. Não se sabe quanto tempo a equipa continuará a voar em Su-27 sendo que já se equaciona a possibilidade de num futuro próximo a equipa vir a ser equipada com o Sukhoi T-50 PAK-FA o que seria equivalente a ver os Thunderbids dos Estados Unidos a voar em F-22.

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05/03/11

Morreu o pai do Su-27

Mikhail Simonov morreu no dia 4 de Março aos 81 anos de idade.

O projectista Russo que começou a trabalhar como engenheiro aeronáutico na década de 50 atingiu o auge da carreira quando entrou na Sukhoi como Designer no ano de 1970, liderando o desenvolvimento dos caças Su-24, Su-25 e Su-27.

Serviu como ministro das indústrias aeronáuticas de 1979 a 1983, sendo posteriormente promovido a Designer chefe da Sukhoi, liderando o desenvolvimento da versão definitiva do Su-27.

Nos anos que se seguiram foi  responsável pelo desenvolvimento das variantes Su-30, Su-33 e Su-34, promovendo também o caça no exterior em países como a China.

Pelos seus feitos recebeu a ordem de Lenine, a Red Banner of Labor e em 1999 o título de Herói da Rússia.

Nos últimos anos tinha vindo a leccionar os alunos do Instituto de Aviação de Moscovo.

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12/01/11

Índia deverá encomendar mais 42 Su-30MKI

A Hindustan Aeronautics espera que a Força Aérea Indiana encomende mais 42 Su-30MKI produzidos localmente.

Caso se confirme, esta encomenda seria adicionada aos 180 MKI que a HAL já está a produzir para a Força Aérea Indiana, afirma Ashok Nayak membro da presidência da HAL.

Dos 180 aviões encomendados, a HAL já entregou cerca de 105, disse Nayak.

A adicionar a estes números estão os 40 MKI encomendados em meados de 2010 directamente à Russia.

Fonte:Flightglobal

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29/07/10

Logótipo Sukhoi Tribute



O Sukhoi Tribute tem agora um logótipo oficial, concretizado pelo nosso colega Hernâni Piedade com base no design de José Braga.

A Estrela tem como objectivo relembrar a Rússia, local de origem da Sukhoi, o avião ao centro é o Su-27 o mais reconhecido avião da empresa e, como tal, a escolha óbvia para o símbolo.
Os raios e estrelas na imagem pretendem transmitir uma ideia de qualidade e modernidade.

Este símbolo é propriedade do Sukhoi Tribute, no entanto, a sua utilização está autorizada desde que se passe a informação que é o logótipo do nosso blogue.

Espero que os caros leitores e leitoras gostem do nosso logótipo.

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23/07/10

Superjet 100 e a pintura rejeitada



A imagem acima representa uma das pinturas originalmente propostas para a revelação do Superjet 100.

Do lado, é claramente visível a silhueta de um Su-27. Esta imagem dá-nos uma boa ideia da dimensão do Su-27, simplesmente enorme.

Esta pintura acabou por ser rejeitada devido aos motivos claramente militares.

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