29/04/08

China copia aviões obsoletos



Moscovo, 25 de Abril (RIA Novosti) - No início deste ano, apareceram notícias nos média de que a China tinha copiado da Rússia o Sukhoi Su-27 Flanker e que o ia vender para outros países , comprometendo a posição da Rússia no mercado bélico mundial.

Embora a China tenha realizado alguns progressos na adaptação de desenhos e tecnologia Russas, ele ainda está longe de constituir quer uma ameaça militar, quer uma ameaça comercial para a aviação Russa.

A indústria aeronáutica Chinesa evoluiu no fim dos anos 50 com a ajuda soviética e em breve dominaria a produção de caças Mikoyan-Gurevich MiG-15 Fagot, caças MiG-17 Fresco, o Ilyushin Il-28 e outros aviões de combate. Mais tarde a China obteve outras aeronaves modernas a partir da URSS - Tu-16, MiG-21, An-12 e outros.

Ao colaborar com a União Soviética, a China conseguiu criar uma Força Aérea moderna em meados dos anos 60. No entanto, esta evolução foi desperdiçada e a indústria aeronáutica nacional começou a estagnar após o início da Revolução Cultural no final dos anos 60.

Ao longo da década de 60-70, a China não conseguiu desenvolver qualquer aeronave nova, produzindo unicamente o Q-5 e o J-8 - versões feitas na China do MiG-19 Farmer e MiG-21 Fishbed.

Entretanto, tanto a União Soviética como os Estados Unidos estavam desenvolvendo aviões de quarta geração por essa altura. Até meados da década de 80, a Força Aérea Chinesa ficou atrasada em relação à Rússia e aos Estados Unidos cerca de 15-20 anos.

Pequim vendeu a sua frota de caças obsoleta principalmente para os países do Terceiro Mundo, incluindo a Albânia, Uganda e Bangladesh. A China também exportou os seus aviões para o Paquistão, um potencial aliado contra a Índia.

Os líderes Chineses acabaram por regularizar a sua situação através da compra de tecnologias de produção de aviões de combate modernos. Em 1988, a China comprou registos do caça Israelita Lavi. Dezasseis anos depois, em 2004, a China domina a produção do Chengdu J-10 - essencialmente uma cópia do caça Israelita com aviónica Russa.

Moscovo e Pequim reataram relações em finais dos anos de 80, levando em 1989 à assinatura de vários acordos de cooperação técnico-militar que facilitaram a transferência de tecnologia.

Mais importante ainda, Pequim recebeu planos de produção, registos e kits para montagem do Su-27, bem como vários Su-30MKK provenientes da Rússia. Por dominar estes aviões avançados, a China obteve superioridade sobre os seus vizinhos e ganhou uma visão alargada sobre as recentes tecnologias da aviação.

No entanto, os engenheiros Chineses, até hoje, ainda não conseguiram dominar a produção do motor AL-31F. A sua cópia, o WS-10A, é menos eficiente em termos de combustível e tem uma vida útil mais curta. Por outro lado o J-11B, uma versão actualizada do J-11, tem um cockpit com ecrãs LCD coloridos, o que ajuda os pilotos.

Existem relatos de um radar desenvolvido pela China com melhor performance que o soviético N-001, mas é inferior ao moderno NO35 Irbis.

Em resumo, a China conseguiu copiar uma aeronave desenvolvida no início de 1980, 15 anos após as primeiras entregas do Su-27 e 10 anos após o voo inaugural do primeiro Su-27 montado na China.

Mas o J-11 nem se compara com os novos Su-27SM, agora a ser adoptados pela Força Aérea Russa, e com o novo Su-35BM, que já entrou na fase de testes.

Apesar de o J-11 vir a ter o seu próprio nicho no mercado, isto não significa que o avião Russo perderá a sua popularidade. Nem China irá representar uma grande ameaça militar para a Rússia. É evidente que nem Moscovo nem Pequim pretendem começar um conflito militar. Mesmo que nesse hipotético conflito a vitória fosse determinada por outros armamentos além de caças avançados.

Artigo escrito por Ilya Kramnik, comentador militar da RIA Novosti.

Foto retirada de: http://www.wikimedia.org/

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